A primeira sensação que tenho ao ver um muro grande e imponente é de segurança. Penso que atrás dele deve haver uma construção bonita, rica e elegante, e sinto que ela está segura atrás daquele muro grande. Deve ser um lugar protegido, seja casa, empresa, escola ou qualquer outra coisa que esteja atrás dele. A impressão que tenho é de algo organizado, isolado e diferenciado.
Há pouco tempo a UNIFEI construiu um muro branco, alto, lindo, com curvas, gravado nele o nome da instituição.
Esse muro parece guardar algo valioso e a impressão que tenho é que em seu interior tudo corre em perfeita ordem. Seu acesso parece ser restrito, mas consigo ir e vir sem qualquer impedimento.
O muro parece segurar tudo de ruim do lado de fora, deixando uma sensação de segurança em seu interior.
O muro permite a sensação de estarmos protegidos, guardados.
O muro é um convite à curiosidade: o que tem por trás? Já sua brancura é um convite à transgressão: Por que não uma arte nesta tela tão grandiosa?
O muro, assim como o currículo, parece algo muito fechado guardando em seu interior uma riqueza de acesso restrito, à parte dos grandes males do mundo.
Fazendo um paralelo com os questionamentos levantados pelas Teorias Críticas do currículo formal/prescrito, posso dizer que:
O currículo segura em seu interior um conhecimento rico e abundante.
O currículo permite uma falsa sensação de segurança pois dá controle e poder para um grupo seleto de interesses, aqueles que determinam qual conhecimento será transmitido e qual será omitido.
O currículo formal é um convite à curiosidade em forma de questionamentos.
Por fim, o currículo formal faz um convite à transgressão: Vamos permitir que o conhecimento seja transmitido, sem interesse ou restrição, afinal por que não colorir com conhecimento este mundo tão cinza?
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