quarta-feira, 15 de abril de 2015

Resumo do texto: Currículo, poder e lutas educacionais: com a palavra os subalternos

Currículo, poder e lutas educacionais: com a palavra os subalternos

O objetivo deste texto é fazer uma análise da relação entre o currículo e o conhecimento escolar do currículo. Este livro levanta o debate sobre a perspectiva, a experiência e a história privilegiada no currículo, assim como nas instituições educacionais de um modo mais geral. Faz-se uma análise crítica da distribuição desigual do poder político, econômico e cultural que caracteriza as lutas educacionais por conhecimento e voz no contexto contemporâneo.
       Tem mais valor o conhecimento de quem? Muitas são as respostas encontradas para essas questões. No decorrer do livro poderemos ver algumas. As visões são diferentes, pois diferem os aspectos de teorização do problema, bem como os múltiplos agentes e contextos. Cada autor propões questionamentos e pressupostos que nos fazem compreender o fenômeno da violência na escola.
       A obra considerada como coletiva busca proporcionar uma lente para considerar como as iniciativas dominantes e muitas vezes antidemocráticas de construir e desconstruir o currículo devem ser combatidos por mobilizações subalternas e progressistas.
       O livro é dividido em 3 partes:
Primeira parte:  “Os subalternos falam da voz de quem”.
Essa parte é composta de três capítulos que enfatizam movimentos educacionais que foram pouco estudados e que são motivados pelas tendências da modernização conservadora, assim como a relação frágil e, muitas vezes, contraditória de agendas direitistas com o interesse de comunidades oprimidas.
       Aulas de história segundo modelos de cima para baixo e de baixo para cima, o papel do gênero na educação e o envolvimento afro-americano, foram assuntos tratados nestes primeiros três capítulos.
Segunda parte: “Os subalternos falam: contextos americanos”
       Em quatro capítulos, esta segunda parte da obra concentra-se no posicionamento e na participação de grupos subalternos variados nos Estados Unidos, incluindo estudantes nativo-americanos, ativistas educacionais feministas chicanas, estudantes homossexuais e estudantes negros, bem como intelectuais progressistas, em uma variedade de lutas educacionais. Os autores examinam as iniciativas de grupos subalternos para desafiar os efeitos da modernização conservadora na escolarização, para intervir nos circuitos de produção, distribuição e recepção do currículo e para exercer sua influência em resposta a questões de reconhecimento de redistribuição.
       O que é considerado útil do ponto de vista educacional e as noções sobre conhecimento “branco” obrigatório e conhecimento “vermelho” opcional.
       Por meio de histórias orais, a autora mostra como determinadas construções da ação ocultam as contribuições das mulheres e, assim, discute o que significa popularmente “falar”.
       Na sociedade e na educação as diferenças raciais e sexuais engendram o medo e as reformas voltadas ä assimilação, que estimulam conversão, a omissão e o disfarce.  
Terceira parte: “Os subalternos falam: contextos internacionais”
Esta terceira parte do livro analisa o significado da subalternidade na produção, distribuição e reconstrução do conhecimento escolar em contextos fora dos Estados Unidos. Busca entender os elementos específicos de como as disputas de desenvolvem em uma variedade de contextos, nas diferentes realidades globalizas que levam a pensar além das fronteiras e a reconhecer que as histórias e lutas são conectadas com as de tantas outras nações. Indicam pontos de partida para a reflexão, para o diálogo e para ações transacionais que possam contribuir para democratizar a educação, combater os efeitos de políticas globais e construir uma visão curricular que transponha fronteiras e redefina a relação entre formas insurgentes de educação multicultural e global.
Conflitos ocorridos em Taiwan, a ênfase em como as comunidades oprimidas rearticulam discursos neoliberais sobre concorrência internacional, devolução de responsabilidades e pensar em um currículo mais solidário, que promova os interesses de comunidades subalternas para que os estudantes pensem e ajam “em” e “além” das fronteiras nacionais são os principais objetivos dessa terceira parte.
Para concluir destacando questões importantes trabalhadas no livro, para estudo e enfrentamento das violências nas escolas:
- Acirra a opressão e subalternidade: ausência das vozes, das práticas culturais e do significado do estilo de sujeitos concretos, pós-coloniais históricos e das minorias.
- Acirra as disputas e os conflitos entre os diferentes autores: o currículo como um campo de disputa de poderes. Grupo dominante define o que conta como conhecimento.
- Acirra a competição e o individualismo: interesses pessoais envolvidos no âmbito educacional, falta mobilização coletiva pela educação como um bem público.
- Acirra o controle, o enfraquecimento do protagonismo, da autonomia e fortalece as contradições da identidade e da ação: avaliação e currículos padronizados.
A obra demonstra como na educação a dominação e subalternidade se misturam, se confundem, formando uma teia enredada de inter-relações  baseadas em questões de classe, raça, gênero, orientação sexual, “habilidade”, religião, língua e aflições locais, nacionais e globais. Impossível negar que as lutas educacionais estão ligadas aos conflitos nas áreas sociais, econômicas, políticas e culturais. Essas influencias tem tido grandes efeitos na educação e nas políticas da identidade e da cultura, bem como nas disputas sobre produção, distribuição e recepção do currículo.

Trabalho em dupla: Ana Luísa e Sarah.

Um comentário:

  1. A dupla trabalhou muito bem e este apanhado teórico está muito bem delineado. Parabéns!

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