Letras da Vida
Este blog é um espaço que tem como objetivo dividir com você leitor um pouco das minhas experiências e conhecimentos adquirido nos meus estudos.
terça-feira, 7 de julho de 2015
Currículo - como peixe que não sabe que está molhado
Currículo, complexo para se definir, amplo para se estudar e propício para se transformar.
Sabe, nunca parei para pensar... Um peixe só descobre que está molhado quando sai da água. Até então seu mundo é a água e ele não faz ideia que existe outro, seco, bem diferente daquele em que vive.
O currículo determina o "mundo" de muitos alunos através do conteúdo que se é transmitido. Um grupo de pessoas determina o que deve e o que não deve ser ensinado. E esta escolha determina o "mundo" daquele que está sentado atrás da carteira.
O currículo é a água, do mar, do lago, do rio e até mesmo do aquário. O currículo é o "mundo" molhado de muitos alunos. E é somente este mundo que muitos conhecem. Salvo algumas excessões que questionam, que buscam outras formas de adquirir conhecimento. São aqueles que tem a oportunidade de se desvencilhar de uma "história única" (vídeo e reflexão em post anterior neste blog) às quais são expostos durante muito tempo.São pessoas que conseguem sair da água para enfim descobrirem que estão molhadas.
Estes conhecem o mundo seco, tem contato com o ar e percebem as coisas de outra maneira. Infelizmente nem todos tem a mesma oportunidade e a mesma vontade. Muitos passarão pela vida sem ao menos saber que estão molhados enquanto outros descobrem que vivem na água e este simples saber transforma toda sua existência.
Sabe, nunca parei para pensar... Um peixe só descobre que está molhado quando sai da água. Até então seu mundo é a água e ele não faz ideia que existe outro, seco, bem diferente daquele em que vive.
O currículo determina o "mundo" de muitos alunos através do conteúdo que se é transmitido. Um grupo de pessoas determina o que deve e o que não deve ser ensinado. E esta escolha determina o "mundo" daquele que está sentado atrás da carteira.
O currículo é a água, do mar, do lago, do rio e até mesmo do aquário. O currículo é o "mundo" molhado de muitos alunos. E é somente este mundo que muitos conhecem. Salvo algumas excessões que questionam, que buscam outras formas de adquirir conhecimento. São aqueles que tem a oportunidade de se desvencilhar de uma "história única" (vídeo e reflexão em post anterior neste blog) às quais são expostos durante muito tempo.São pessoas que conseguem sair da água para enfim descobrirem que estão molhadas.
Estes conhecem o mundo seco, tem contato com o ar e percebem as coisas de outra maneira. Infelizmente nem todos tem a mesma oportunidade e a mesma vontade. Muitos passarão pela vida sem ao menos saber que estão molhados enquanto outros descobrem que vivem na água e este simples saber transforma toda sua existência.
terça-feira, 23 de junho de 2015
quarta-feira, 20 de maio de 2015
O Masculino e O Feminino no Currículo
O certo e O errado
a escolha do que se é passado
A aula e A vida
o que queremos nem sempre é ensinado
O currículo e O conhecimento
Não se escolhe o que é transmitido
A escola e A aprendizagem
a súplica por algo que faça sentido
Nem sempre entendem
A professora e O professor
às vezes até tentam
cumprir seu papel de formador
O poder é de quem manda
mas A busca continua
pelo ensinamento perdido
a vida que acontece na rua
O masculino é privilegiado
no currículo ele domina
E o papel do outro lado?
Onde fica A luta feminina?
Precisamos ensinar a igualdade
e aprender o que nos foi ocultado
quem dera encontrar pessoas
que não pensem apenas no resultado.
quinta-feira, 14 de maio de 2015
Atos Curriculares e o Ensino do Uso da Biblioteca
Ser professor nos dias atuais é um grande desafio e fazer diferença na profissão é algo mais desafiador ainda. Muitos que conheço preferem simplesmente passar pela vida dos alunos, sem fazer grande diferença, apenas cumprindo sua função de "passar a matéria". Não compreendem seu papel de agente de mudança e de formador de opinião. Poucos realmente fazem a diferença, se entregam a profissão e conseguem marcar a vida de muitos alunos. Eu estou no meio do caminho... Me sinto no dever de fazer a diferença, mas nem sempre consigo, apesar de ser apaixonada pela educação.
A função do Professor para Ensino do Uso da Biblioteca é um pouco polêmica, pois geralmente o profissional tem formação em pedagogia e ocupa o cargo por não ter outra opção na escola. Outros procuram este cargo pois não existe aquela dia-a-dia de sala de aula. Eu ocupo este cargo por acidente de percurso. Passei no concurso para dar aulas para os anos iniciais do ensino fundamental, mas na data da posse a minha vaga tinha sido ocupada e me encaminharam para este cargo em uma escola dos anos finais.
Falando desta função um pouco desorganizada digo que em cada escola se espera algo do professor da biblioteca. Basicamente ele tem que organizar o horário do hino nacional, fazer cartazes e murais pela escola, organizar a biblioteca bem como o empréstimo de livros, organizar toda a distribuição dos livros didáticos, incentivar a leitura entre os alunos e substituir professores que faltam. Nestas diversas atribuições dentro deste cargo eu concluí que existem situações propícias para se aplicar um currículo diferenciado, informal e para a vida. É uma função que permite muito contato com alunos fora do contexto de aula. Por exemplo: quando um professor falta e não deixa atividade, ele entra em sala e pode trabalhar assuntos ligados à literatura. Mas eu me pergunto: como é possível incentivar a leitura entre eles se nem mesmo as aulas tem atraído interesse? Como encontrar abertura se existe a revolta pela falta do professor?
Outra situação onde ocorrem situações propícias para atos curriculares são nas visitas à biblioteca, seja para empréstimo de livros ou busca por materiais, sempre há um momento para uma conversa, um desabafo ou um conselho, um aprendizado para a vida.
Os murais também são um espaço para colocar reflexões e fazer alunos pensarem, mas geralmente são colocados em datas especiais como a semana da consciência negra, por exemplo. E nisso vemos o currículo oculto, onde não há discussões sobre racismo no dia-a-dia, mas nesta semana todos falam sobre o tema.
Na minha opinião, a complicação da prática de um currículo para a vida esbarra no desinteresse dos alunos por atividades diferenciadas e conversas onde podemos oportunizar atos curriculares. Por isso é preciso haver preparo para trazer propostas, mas não falo de qualquer preparo, falo de leitura, de conhecimento de vida, de entendimento da vida e da luta de cada um. É preciso haver uma identificação, uma empatia com os alunos, é preciso haver disposição e dedicação.
Nesse meio do caminho que estou existe uma busca, minha busca por ideias e maneiras de marcar a vida destes alunos. Procuro dar abertura para conversas e às vezes alguns me procuram, mas nem sempre que entro em sala na ausência do professor consigo fazer diferença. Lembro que no primeiro dia de aula no nosso mestrado o colega Rodolfo nos contou sua experiência com a professora que tinha que substituir o professor ausente, relatou sua revolta por não ter aula e ter aquele momento perdido. Penso nisso todos os dias que entro em sala, e muitas vezes saio frustrada por não conseguir. Mas esta é minha luta e sigo buscando melhorar sempre.
quarta-feira, 15 de abril de 2015
Muro
A primeira sensação que tenho ao ver um muro grande e imponente é de segurança. Penso que atrás dele deve haver uma construção bonita, rica e elegante, e sinto que ela está segura atrás daquele muro grande. Deve ser um lugar protegido, seja casa, empresa, escola ou qualquer outra coisa que esteja atrás dele. A impressão que tenho é de algo organizado, isolado e diferenciado.
Há pouco tempo a UNIFEI construiu um muro branco, alto, lindo, com curvas, gravado nele o nome da instituição.
Esse muro parece guardar algo valioso e a impressão que tenho é que em seu interior tudo corre em perfeita ordem. Seu acesso parece ser restrito, mas consigo ir e vir sem qualquer impedimento.
O muro parece segurar tudo de ruim do lado de fora, deixando uma sensação de segurança em seu interior.
O muro permite a sensação de estarmos protegidos, guardados.
O muro é um convite à curiosidade: o que tem por trás? Já sua brancura é um convite à transgressão: Por que não uma arte nesta tela tão grandiosa?
O muro, assim como o currículo, parece algo muito fechado guardando em seu interior uma riqueza de acesso restrito, à parte dos grandes males do mundo.
Fazendo um paralelo com os questionamentos levantados pelas Teorias Críticas do currículo formal/prescrito, posso dizer que:
O currículo segura em seu interior um conhecimento rico e abundante.
O currículo permite uma falsa sensação de segurança pois dá controle e poder para um grupo seleto de interesses, aqueles que determinam qual conhecimento será transmitido e qual será omitido.
O currículo formal é um convite à curiosidade em forma de questionamentos.
Por fim, o currículo formal faz um convite à transgressão: Vamos permitir que o conhecimento seja transmitido, sem interesse ou restrição, afinal por que não colorir com conhecimento este mundo tão cinza?
Há pouco tempo a UNIFEI construiu um muro branco, alto, lindo, com curvas, gravado nele o nome da instituição.
Esse muro parece guardar algo valioso e a impressão que tenho é que em seu interior tudo corre em perfeita ordem. Seu acesso parece ser restrito, mas consigo ir e vir sem qualquer impedimento.
O muro parece segurar tudo de ruim do lado de fora, deixando uma sensação de segurança em seu interior.
O muro permite a sensação de estarmos protegidos, guardados.
O muro é um convite à curiosidade: o que tem por trás? Já sua brancura é um convite à transgressão: Por que não uma arte nesta tela tão grandiosa?
O muro, assim como o currículo, parece algo muito fechado guardando em seu interior uma riqueza de acesso restrito, à parte dos grandes males do mundo.
Fazendo um paralelo com os questionamentos levantados pelas Teorias Críticas do currículo formal/prescrito, posso dizer que:
O currículo segura em seu interior um conhecimento rico e abundante.
O currículo permite uma falsa sensação de segurança pois dá controle e poder para um grupo seleto de interesses, aqueles que determinam qual conhecimento será transmitido e qual será omitido.
O currículo formal é um convite à curiosidade em forma de questionamentos.
Por fim, o currículo formal faz um convite à transgressão: Vamos permitir que o conhecimento seja transmitido, sem interesse ou restrição, afinal por que não colorir com conhecimento este mundo tão cinza?
Resumo do texto: Currículo, poder e lutas educacionais: com a palavra os subalternos
Currículo, poder e lutas educacionais:
com a palavra os subalternos
O objetivo deste texto é fazer uma
análise da relação entre o currículo e o conhecimento escolar do currículo.
Este livro levanta o debate sobre a perspectiva, a experiência e a história
privilegiada no currículo, assim como nas instituições educacionais de um modo
mais geral. Faz-se uma análise crítica da distribuição desigual do poder
político, econômico e cultural que caracteriza as lutas educacionais por
conhecimento e voz no contexto contemporâneo.
Tem
mais valor o conhecimento de quem? Muitas são as respostas encontradas para
essas questões. No decorrer do livro poderemos ver algumas. As visões são
diferentes, pois diferem os aspectos de teorização do problema, bem como os
múltiplos agentes e contextos. Cada autor propões questionamentos e pressupostos
que nos fazem compreender o fenômeno da violência na escola.
A
obra considerada como coletiva busca proporcionar uma lente para considerar
como as iniciativas dominantes e muitas vezes antidemocráticas de construir e
desconstruir o currículo devem ser combatidos por mobilizações subalternas e
progressistas.
O
livro é dividido em 3 partes:
Primeira parte: “Os subalternos falam da voz de quem”.
Essa parte
é composta de três capítulos que enfatizam movimentos educacionais que foram
pouco estudados e que são motivados pelas tendências da modernização
conservadora, assim como a relação frágil e, muitas vezes, contraditória de
agendas direitistas com o interesse de comunidades oprimidas.
Aulas de história segundo modelos de cima
para baixo e de baixo para cima, o papel do gênero na educação e o envolvimento
afro-americano, foram assuntos tratados nestes primeiros três capítulos.
Segunda
parte: “Os
subalternos falam: contextos americanos”
Em quatro capítulos, esta segunda parte
da obra concentra-se no posicionamento e na participação de grupos subalternos
variados nos Estados Unidos, incluindo estudantes nativo-americanos, ativistas
educacionais feministas chicanas, estudantes homossexuais e estudantes negros,
bem como intelectuais progressistas, em uma variedade de lutas educacionais. Os
autores examinam as iniciativas de grupos subalternos para desafiar os efeitos
da modernização conservadora na escolarização, para intervir nos circuitos de
produção, distribuição e recepção do currículo e para exercer sua influência em
resposta a questões de reconhecimento de redistribuição.
O que é considerado útil do ponto de
vista educacional e as noções sobre conhecimento “branco” obrigatório e
conhecimento “vermelho” opcional.
Por meio de histórias orais, a autora
mostra como determinadas construções da ação ocultam as contribuições das
mulheres e, assim, discute o que significa popularmente “falar”.
Na sociedade e na educação as diferenças
raciais e sexuais engendram o medo e as reformas voltadas ä assimilação, que
estimulam conversão, a omissão e o disfarce.
Terceira
parte: “Os
subalternos falam: contextos internacionais”
Esta terceira parte do livro analisa o significado da
subalternidade na produção, distribuição e reconstrução do conhecimento escolar
em contextos fora dos Estados Unidos. Busca entender os elementos específicos
de como as disputas de desenvolvem em uma variedade de contextos, nas
diferentes realidades globalizas que levam a pensar além das fronteiras e a
reconhecer que as histórias e lutas são conectadas com as de tantas outras
nações. Indicam pontos de partida para a reflexão, para o diálogo e para ações
transacionais que possam contribuir para democratizar a educação, combater os
efeitos de políticas globais e construir uma visão curricular que transponha
fronteiras e redefina a relação entre formas insurgentes de educação
multicultural e global.
Conflitos ocorridos em Taiwan, a ênfase em como as comunidades
oprimidas rearticulam discursos neoliberais sobre concorrência internacional,
devolução de responsabilidades e pensar em um currículo mais solidário, que
promova os interesses de comunidades subalternas para que os estudantes pensem
e ajam “em” e “além” das fronteiras nacionais são os principais objetivos dessa
terceira parte.
Para concluir destacando questões importantes trabalhadas no
livro, para estudo e enfrentamento das violências nas escolas:
- Acirra a
opressão e subalternidade: ausência das vozes, das práticas culturais e do
significado do estilo de sujeitos concretos, pós-coloniais históricos e das
minorias.
- Acirra as
disputas e os conflitos entre os diferentes autores: o currículo como um campo
de disputa de poderes. Grupo dominante define o que conta como conhecimento.
- Acirra a
competição e o individualismo: interesses pessoais envolvidos no âmbito
educacional, falta mobilização coletiva pela educação como um bem público.
- Acirra o
controle, o enfraquecimento do protagonismo, da autonomia e fortalece as
contradições da identidade e da ação: avaliação e currículos padronizados.
A obra demonstra como na educação a dominação e subalternidade se
misturam, se confundem, formando uma teia enredada de inter-relações
baseadas em questões de classe, raça, gênero, orientação sexual, “habilidade”,
religião, língua e aflições locais, nacionais e globais. Impossível negar que
as lutas educacionais estão ligadas aos conflitos nas áreas sociais, econômicas,
políticas e culturais. Essas influencias tem tido grandes efeitos na educação e
nas políticas da identidade e da cultura, bem como nas disputas sobre produção,
distribuição e recepção do currículo.
Trabalho em dupla: Ana Luísa e Sarah.
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