quarta-feira, 11 de março de 2015

Texto baseado na palestra O perigo de uma história única - Chimamanda Adichhie

Assisti a uma palestra da contadora de histórias Chimamanda Adichie, com uma história de vida interessante.
Na palestra ela relata que começou a ler muito cedo e que lia muitos livros americanos e britânicos. Também começou a escrever cedo e todas as histórias eram semelhantes às dos livros que lia. Os personagens eram brancos com olhos claros, estavam sempre felizes e conversavam sobre o tempo.
Ela, uma menina negra, nigeriana, pertencente a uma família de classe média que lia e escrevia histórias que não pertenciam ao seu cotidiano.
Ela relata que também teve acesso aos livros da cultura local, mas eles eram muito caros e havia poucas opções no mercado. Contando outras experiências ela fala sobre estar exposta às histórias únicas, aquelas que nos limitam e que nos fazem acreditar que são verdades absolutas. Como quando pessoas acreditam que a África é um país e que lá há somente pobreza, ou como quando ela imaginou que todos os mexicanos almejam ir para os Estados Unidos da América e que somente mudou sua opinião sobre o país quando teve a oportunidade de visitá-lo.
Podemos fazer uma comparação desta história com questões pertinentes do nosso currículo formal, único e padronizado.
Uma crianças exposta a um currículo formal único torna-se uma criança limitada, não em um sentido que lhe falta inteligência ou que tenha alguma dificuldade de aprendizagem, mas que seu pensamento será guiado a partir do ensinamento que recebeu.
Obviamente deve haver excessões, comopais que estimulam seus filhos mostrando-lhes diversas maneiras de ver o mundo através de conversas, leituras, viagens, etc.
Mas estou aqui falando da relidade do nosso país, da grande maioria dos alunos que recebem nas escolas um conhecimento "pronto", limitado ao currículo formal.
Agora estou começando a estudar um pouco mais sobre currículo e começando a ampliar minha visão sobre o tema. E mesmo trabalhando com educação, confesso que supervalorizei essa organização curricular, claro que com algumas ressalvas mas nunca levantei as questões que tenho em mente neste momento:
Como seria essa organização curricular respeitando a diversidade e dando autonomia ao professor? O que deveria ser ensinado? Como seria o processo de avaliação? De onde partiriam as diretrizes para o professor trabalhar?
Espero que com o tempo e muito estudo eu possa refletir sobre estas questões e provavelmente não haja respostas prontas, mas certamente a busca me trará grande crescimento.

Link do vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=qDovHZVdyVQ

Um comentário:

  1. As questões sempre serão postas...Porque o currículo é algo vivo e ultrapassa qualquer prescrição e formalismo. O importante é jamais deixarmos de exercitar a capacidade reflexiva. E você está indo bem nisto.

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